Monday, August 19, 2013

Vader Brazil Tour 2013 - Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro

Vader Brazil Tour 2013 Vader é uma banda de death metal da Polônia com uma carreira brilhante no metal. É mais ou menos o que representa o Sepultura para o Brasil. Na Polônia, os caras são cultuados e bastante respeitados. E não poderia ser diferente no circuito europeu, na gringa América e sem dúvida, aqui também. Não foi a primeira, nem a última vez deles por terras brasilis. E desta feita, fui incumbido de ser o tech deles (guitarras, baixo e bateria), nesta mini tour (Recife, Salvador e São Paulo). Fiquei de fora apenas do show do Rio de Janeiro. 
Nesse início de tour, só caiu a ficha no aeroporto....eu nem seria apenas um guitartech e drumtech, mas virei um tour manager. E foi insano. Encontrei com eles no aeroporto de Cumbica. Eles vieram da Europa e num breve intervalo estavam embarcando comigo para Recife. O vôo atrasou e três horas de espera para quem enfrentou quase 20 horas de viagem...é demais da conta. Finalmente em Recife, fomos direto para o hotel e direto para debaixo das cobertas. Dividi o quarto com o baixista Tomasz Halicki, e nos tornamos amigos de “longa data”. No dia seguinte, o trivial: acordar e ir direto para a churrascaria. 
VADER EM RECIFE, PERTO DA PRAIA...
Almoço que foi bem legals. Foi o momento que me considerei integrante do clã Vader! Tencionava ir para a casa de shows antes da banda, mas eles fizeram questão de ir juntos. E o local, que é um PUB – tinha um palco apertado, o camarim seria improvisado e o backline estava correto exceto pela falta de algumas peças de bateria. Mas tudo contornável. Passagem de som tranquila e constatamos que o soundguy era competente e sem firulas. Fiquei na casa para terminar os preparativos do show e a banda foi para o hotel. O baterista James permaneceu comigo para treinar um pouco. 
SOUNDCHECK VADER -RECIFE
Em termos de equipamento, tudo muito simples e bastante eficiente. Os guitarristas Pete e Spider “Mr Aranha” utilizam pedaleiras da Line 6, a M9 com ajustes definidos. O sinal da pedaleira segue para o return do amplificador. Ou seja, eles não utilizam o pré-amp dos cabeçotes. O timbre é oriundo das pedaleiras e endereçado ao power amp. Motivo pela qual, é necessário que os cabeçotes possuam Master Volume, para o ajuste do volume de monitoração. Ambos os guitarristas utilizam wah wah, sistema sem fio da Line 6 e Spider utiliza um pedal de expressão na M9. O baixista Tomasz utiliza um sistema sem fio e um afinador Boss TU2. O baixo dele é handmade da marca GMR, de um luthier polonês. Peter usa guitarras RAN e Spider usa Schecter. Todos trouxeram apenas um instrumento. Sem backups! 
CABEÇOTE DO SPIDER - JCM 900
 CABEÇOTE DE PETE - RANDALL
 PEDALEIRA DO SPIDER
 PEDALEIRA DO PETE
 BATERIA DO JAMES
BAIXO DO TOMASZ
Show de Recife foi energético e valeu pela vibe da galera. O som não estava tão bom. Os timbres estavam embolados, mas bastante aceitável guardadas as devidas proporções em termos de palco e estrutura técnica. Apesar do palco minúsculo, a banda curtiu o show pela energia e por causa da galera. Em termos de produção, o camarim foi improvisado ao lado do palco. Um pano preto separou o ambiente e um espaço reservado no mezanino foi destinado a banda. O caos foi no final do show. Eu tirando o equipamento da banda do palco, uma empresa tirando o backline do show, outra empresa colocando o próximo backline da próxima atração, membros da próxima atração colocando as coisas no palco...fãs invadindo o pseudo camarim, produtores que desapareceram, carregadores que sumiram...equipamentos misturados. Caos total. Logística abaixo de zero grau. Músicos abandonados sem saber o que fazer...Depois que guardei o equipamento da banda, fui resgatando um por um e finalmente voltamos para o hotel. 
SHOW - RECIFE
SET LIST - RECIFE
Próximo vôo, manhã do dia seguinte bem cedo. Eu e Tomasz não dormimos...desandamos a conversar e tomar cervejas. Chegamos em Salvador no meio da manhã e aproveitamos para tomar um café reforçado. Pete foi dormir, Spider e James foram para a praia. Eu e Tomasz fomos separados (cada um com seu quarto)...eu fiquei na internet trabalhando. 
HOTEL - SALVADOR
No início da tarde, almoço em churrascaria e voltamos para o hotel. Resolvi ir para a casa de shows e desta vez, fui com os promotores. Pois é, e o caos começou...backline errado (locador de equipos era um patricinho bem folgado)...mas conseguimos resolver a tempo. Montei o palco e dei uma arrumada no camarim (desta vez, bem melhor que o de Recife). O palco era mais espaçoso. Mas a situação dos monitores (em uma única linha), cabos remendados com band aid e alguns aspectos de imperícia do soundguy...deixaram minha bola de cristal em modo “vai dar M...” 
BATERIA DO JAMES
BACKLINE - SALVADOR
EU E TOMASZ, ANTES DO SHOW - SALVADOR
Voltei para o hotel e comentei a respeito com a banda. Na passagem de som, já dava para ter idéia que a noite seria caótica. E foi mesmo... Pete perdeu a paciência com os monitores mal pilotados e o clima ficou ruim. Tomasz não tinha retorno e Spider teve que improvisar outro pedal na cadeia de sinal para o Power do cabeçote, porque o equipamento (que não era ruim, um Marshall JCM 800, estava com mal contato...diga se, falta de manutenção básica). Ou seja, o backline não estava 100%. O cabeçote de baixo era um Ampeg SVT3, mas as caixas eram qualquer nota. Os microfones estavam todos com cabeamento remendados com fitas de péssima qualidade. A única coisa que funcionou melhor, foi a bateria – que foi previamente montada seguindo minhas fotos do celular do show anterior. Já os monitores de palco, foi fracasso total. E neste cenário caótico...a banda tocou. 
JAMES - SHOW - SALVADOR
SHOWTIME- SALVADOR
SET LIST - SALVADOR
E o que não pode melhorar, pode ainda piorar? Sim! O camarim pós show ficou com clima pesado. Nenhum produtor ou promotor estava presente. Nada de toalhas e nada de suporte. Nada de nada. Tirei os equipamentos da banda enquanto a próxima banda (local) colocava o equipamento deles. Novamente, cenário surreal. Apesar da condição imposta (primeiro tiraríamos o equipamento do Vader, depois a próxima banda entraria...), ninguém respeitou. Nem precisa dizer que estressei e até a banda toda veio me acalmar. Neste interim, Pete, o líder me diz: “irmão, entendemos sua indignação e sua preocupação conosco, mas deixa pra lá. Você é um verdadeiro irmão e só isso já nos basta. Vamos embora e descansar”. E ainda me disseram: “esse show só aconteceu porque você está aqui”. Só me restou prometer que o show em São Paulo seria diferente. Não pelo fato de ser em São Paulo. Mas pelo fato de conhecer toda a galera envolvida na produção e na técnica. Sim, o show de Recife foi bom (fora o caos pós show). E em Salvador, tenho certeza que existem opções de casas com condições mais adequadas. Só faltou saber fazer a logística correta. Faltou ser responsável e assumir a função que se propôs a executar. Aos promotores, fica a dica: tem que saber sobre equipamentos e tem que ter gente confiável para cuidar de cada detalhe. Não tenho nenhum sentimento negativo com relação aos envolvidos nas produções locais. A “coisa de momento” terminou e estou disponível para ajudar. Se aprenderem com os erros, certamente crescerão! Saímos da casa e fomos para o hotel. Levamos as pizzas e as dividimos entre nós. Tomasz veio no meu quarto e não dormimos novamente, ficamos comendo e bebendo. E dia seguinte, o vôo seria bem cedo também... Chegamos em sampa antes do meio dia. Eu e Tomasz já estávamos com os efeitos colaterais das noites em claro em toda plenitude. Deixei a banda no hotel e fui direto para o Carioca Club. Além do Vader, esse quarto dia de tour me reservava mais bandas como guitartech: Sinister da Holanda, Suffocation da América do Norte e Marduk da Suécia. 
EU E JAMES NO CARIOCA - ESSE IRMÃO ME AJUDOU NA BATERIA!
JAMES NA BATERIA - SHOW- SÃO PAULO
TOMASZ, PETE AND SPIDER - VADER- SÃO PAULO
TOMASZ - SHOW - SÃO PAULO
E São Paulo foi matador. Equipe de som afiada (Jeff, Kaka e galera), equipe de produção afiada (Dark Dimension), equipe da casa afiada (Carioca), equipe de técnicos (André Choco drumtech) e enfim...o festival foi casa cheia, sonzaço e bandas satisfeitas. Paguei minha promessa com o Vader – sobre o que é realmente um show com som perfeito e produção profissional. 
 E de bônus, foi bem legals trabalhar com o Sinister, Suffocation e Marduk. 
SUFFOCATION - SHOW - SÃO PAULO
MARDUK - SHOW - SÃO PAULO
E logicamente: Vader Rulez!
EU E SPIDER "MR ARANHA" - SÃO PAULO - BACKSTAGE
 EU E PETE, O DARTH BOSS DO VADER - BACKSTAGE - SÃO PAULO
EXTREME HATE FESTIVAL ENCERRANDO MINHA TOUR.
Vader seguiu para o Rio com Marduk e fizeram uma sonzera por lá...Lamentei não ter ido...mas não dependeu de mim. Uma tour que apesar dos problemas, valeu pelos caras!
E agradeço a Dark Dimensions, pela oportunidade e confiança.

No comments:

Post a Comment